A ciência continua a desvendar novas estratégias para combater o comprometimento cognitivo leve (MCI), uma condição intermediária entre o envelhecimento cognitivo normal e demências. Recentemente, um estudo conduzido por pesquisadores da Tianjin Medical University, liderados por Huilian Duan e Guowei Huang, revelou os benefícios de um suplemento nutricional combinando fosfatidilserina, ácido α-linolênico e outros nutrientes para melhorar a função cognitiva em idosos. Publicado no Journal of Affective Disorders, este estudo reforça a relevância das intervenções nutricionais na promoção da saúde cerebral.
O Contexto do MCI e a Necessidade de Intervenções
O MCI afeta milhões de idosos e é caracterizado por declínios sutis na memória, atenção e outras funções cognitivas. Embora muitas pessoas permaneçam estáveis, cerca de 10-12% evoluem para demência anualmente. A nutrição tem um papel crucial no suporte à saúde cerebral, com nutrientes como ácidos graxos ômega-3, fosfatidilserina e vitaminas do complexo B emergindo como aliados na preservação das funções cognitivas.
Metodologia do Estudo
Este ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo envolveu 190 adultos chineses com idade média de 68 anos, diagnosticados com MCI. Os participantes foram divididos em dois grupos:
- Grupo Intervenção: Recebeu cápsulas contendo fosfatidilserina (PS), ácido α-linolênico (ALA), flavonoides de Ginkgo biloba e vitaminas B1, B6 e ácido fólico.
- Grupo Placebo: Recebeu cápsulas idênticas sem ingredientes ativos.
Os participantes consumiram duas cápsulas por dia durante 12 meses. As funções cognitivas e biomarcadores, incluindo ácidos graxos ômega-3 e neurotransmissores, foram avaliados antes e após o período de intervenção.
Principais Descobertas
Melhorias Cognitivas
O grupo intervenção demonstrou avanços significativos em testes de memória de curto prazo, raciocínio lógico e habilidades matemáticas. Os escores de memória melhoraram substancialmente, enquanto o grupo placebo não apresentou mudanças notáveis.
Alterações em Biomarcadores
O grupo intervenção apresentou aumentos significativos nos níveis séricos de:
- Ácidos Graxos Ômega-3:
- Ácido α-linolênico (ALA)
- Ácido docosa-hexaenoico (DHA)
- Ácido eicosapentaenoico (EPA)
- Neurotransmissores:
- Acetilcolina (memória e aprendizado)
- GABA (controle de ansiedade)
- Serotonina (bem-estar e humor)
Os níveis de biomarcadores neuroprotetores permaneceram estáveis no grupo intervenção, enquanto o grupo placebo apresentou aumento de proteínas amiloides, indicativas de progressão do declínio cognitivo.
Discussão: O Papel dos Nutrientes no Suporte Cognitivo
Os resultados destacam a importância da fosfatidilserina e do ALA na proteção e melhora das funções cognitivas:
- Fosfatidilserina: Essencial para a sinalização celular, promove a sobrevivência neuronal e o crescimento sináptico.
- Ácido α-Linolênico: Precursor de DHA e EPA, essenciais para a integridade neuronal e a plasticidade sináptica.
- Flavonoides de Ginkgo biloba: Contribuem para a microcirculação cerebral e a liberação de neurotransmissores.
Embora os benefícios sejam claros, o estudo também identificou a necessidade de intervenções mais longas e análises adicionais para explorar os mecanismos subjacentes.
Implicações e Perspectivas Futuras
Este estudo apresenta uma abordagem inovadora para o manejo do MCI, destacando a eficácia da suplementação nutricional no suporte cognitivo. Além de retardar a progressão para demências, a intervenção pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
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