A manipulação de medicamentos consiste na ação de manufaturar, de forma individualizada, um medicamento conforme prescrição médica ou literatura oficial.
As farmácias são os locais autorizados para realizar a manipulação de medicamentos, e devem contar com uma estrutura altamente especializada para essa função, tendo em vista que não se trata de uma atribuição simples, exigindo diversas operações farmacotécnicas diferentes.
Embora o número de operações envolvidas na manipulação de medicamentos seja bastante grande, existem duas ou três operações básicas que podem ser consideradas inevitáveis – entre estas a Pesagem e/ou Tomada de Volume e o processo de Mistura.
As duas primeiras justificam-se pela necessidade de garantirmos a correta dosagem do principio ativo, e a terceira garante a uniformidade do medicamento.
Outras operações, até comuns, podem ser consideradas secundárias ou derivadas dos processos de mistura.
Como exemplo temos a Trituração, que consiste em subdividir partículas sólidas, e a Tamisação, que consiste em separar partículas de tamanhos bem definidos.
Para entender a importância destas operações, basta entender os medicamentos como formas de dosagem e liberação de fármacos.
Esta ideia implica que a proporção do princípio ativo na formulação deve ser respeitada.
Logo, a pesagem ou tomada de volume de cada componente deve ser feita sempre com muita exatidão.
Da mesma forma, a liberação dos fármacos ou princípios ativos deve ocorrer de maneira adequada.
Para tanto, esta liberação precisa ser uniforme em cada dose terapêutica da forma farmacêutica, encerrando quantidades equivalentes dos ativos.
A mistura dos componentes do medicamento buscando, se não um sistema homogêneo, ao menos uniforme, é fundamental.
Convém ressaltar ainda que, além das práticas supracitadas, são também imprescindíveis em uma farmácia magistral as práticas relacionadas ao Controle de Qualidade de matérias-primas (MP), que na verdade antecedem a manipulação.
Segundo as exigências da RDC ANVISA n.º 067, de 8 de outubro 2007, são operações básicas no controle de qualidade de MP:
a) caracteres organolépticos;
b) solubilidade;
c) pH;
d) peso;
e) volume;
f) ponto de fusão;
g) densidade;
h) avaliação do laudo de análise do fabricante/fornecedor.
A busca pela melhoria da qualidade de produtos manipulados vem sendo perseguida pelas farmácias não apenas como um diferencial, mas também por uma questão de referência.
Para tanto, a garantia da qualidade dependerá não apenas da implementação do Controle de Qualidade, mas de um sistema de qualidade regido por um Manual de Qualidade e Boas Práticas de Manipulação (RDC 210 de 2003) que envolva todos os processos da produção do medicamento.
Tais processos dizem respeito a todas as etapas, que vão desde a compra das matérias-primas até o acompanhamento terapêutico.
Fonte: Portal Educação. Farmacotécnica em manipulação.