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A pandemia do novo coronavírus forçou uma mudança no hábito dos consumidores e contribuiu para um salto das vendas online no varejo farmacêutico. De acordo com a Abrafarma, que representa as 26 maiores redes de drogarias do Brasil, o setor faturou mais de R$ 116 milhões só com a comercialização por meios digitais no primeiro trimestre. O valor supera em 92% o resultado do mesmo período de 2019.

“A Covid-19 moldou novos comportamentos de compra, além de colaborar para desbravar barreiras regulatórias que proibiam a venda de remédios com receita pela internet, uma reivindicação antiga do canal farma”, avalia Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

A tendência tem reflexos diretos em redes como a Raia Drogasil. A companhia apresentou um Ebitda de R$ 369,4 milhões nos três primeiros meses do ano, superando em 13% a projeção de especialistas do mercado financeiro. O resultado foi atribuído diretamente à alta nas transações via e-commerce. Já na Panvel, as vendas digitais já respondem por 10% da receita total, das quais 23% são entregues pelo sistema de compre e retire, por meio de lockers.

Mesmo o consumidor do interior paulista, ainda mais afeito à loja física, apostou no online como alternativa para o atual cenário. A Farma Ponte, que lançou uma ferramenta de comércio eletrônico em março de 2019, registrou um crescimento de 300% nessa modalidade no mesmo mês deste ano.

Vendas por aplicativo

Os aplicativos das redes e do varejo em geral também ganharam força nesse contexto. Durante o primeiro mês de isolamento social devido à Covid-19, as compras por esses canais cresceram 30% no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Locomotiva. A alta foi significativa entre consumidores com mais de 50 anos de idade e os das classes C, D e E. Quase metade (49%) declarou que pretende ampliar o uso de apps após o fim do isolamento social. Além disso, cerca de um terço (32%) pontuou que planeja reduzir idas às lojas físicas.

Mais online, menos lojas físicas

Barômetro COVID-19 produzido pela Kantar ratifica a queda brusca do movimento nas lojas físicas e a sinalização de que isso se tornará uma rotina. O número de pessoas que incrementaram o volume de transações online subiu de 19% para 34%. Enquanto isso, o de clientes que diminuíram o consumo em lojas físicas passou de 32% para 46%. “Esses indicadores demandam que as empresas sejam rápidas na disponibilidade e sortimento em um primeiro momento e, depois, conseguir escalonar a operação e entrega para acompanhar o crescimento de pedidos”, diz a CEO Valkiria Garré.

O mesmo estudo mostra que 72% compram online para economizar tempo e 71% acreditam que o e-commerce é mais conveniente do que ir a lojas físicas. Muitos brasileiros usaram o período de pandemia para fazer suas primeiras compras online, com aumento de 15% em remédios sem prescrição médica e 12% em cosméticos e produtos de cuidado pessoal.

Farmácias na contramão do varejo

Os números do mercado farmacêutico despertam crescente atenção das consultorias do varejo, tanto que a Nielsen Brasil lançou na última terça-feira, dia 5, uma solução de análise de performance e produtividade exclusiva para o setor. “A ferramenta possibilita o acompanhamento do faturamento real de 500 categorias de produtos, semana a semana. Ela permitirá ao varejo farma rever mais rapidamente suas estratégias de vendas e pode representar um novo marco no nosso relacionamento com os parceiros do canal”, comenta Roberto Butragueño, diretor de atendimento ao varejo.

Fonte:  Redação Panorama Farmacêutico

 

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